segunda-feira, 28 de julho de 2014

Sugestão de leitura. Uma excelentíssima reportagem histórica.

Expedição de 1917 - Desembarque
em Mocimboa da Praia (Cabo Delgado)
A não perder, esta reportagem de Manuel Carvalho e Manuel Roberto para o jornal Público. Como já aqui referimos várias vezes, a participação mais dramática de Portugal na Grande Guerra terão sido, não os campos sangrentos da Flandres, mais próximos e mediatizados - com a Batalha de La Lys à cabeça de uma participação, em batalha, fugaz e desastrosa -, mas sim os vários palcos africanos, onde o conflito com a Alemanha foi mais intenso e duradouro. 

O Norte de Moçambique e o sul de Angola, que confrontavam com territórios sob controle germânico, foram os principais cenários dessa campanha a todos os níveis - ou quase, se tivermos em conta que realmente conseguiram manter as fronteiras ultramarinas intactas...- também infeliz das Forças Armadas portuguesas, e que só recentemente começou a ser estudada e divulgada seriamente:

«Na Grande Guerra de 1914-18, o exército português sofreu a sua maior derrota em África desde Alcácer Quibir. No Norte de Moçambique morreram mais soldados portugueses do que na Flandres. Não tanto pela razia das balas alemãs. Mais pela fome, pela sede, pela doença e pela incúria. Minada pela vergonha, a I Guerra em Moçambique acabou votada ao esquecimento. Não tinha lugar numa nação que até 1974 sonhava com um império ultramarino. Numa viagem de mais de 2500 quilómetros, o PÚBLICO foi à procura dessa guerra sem rosto. Os cemitérios dos soldados foram profanados ou são lixeiras, mas o milagre da tradição oral conservou as suas memórias até hoje.». Continua aqui: A Grande Guerra que Portugal quis esquecer - Público

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